sábado, 30 de abril de 2011

Ao Mestre com Carinho

Revelações de Aldyr Garcia Schlee
Abrindo a temporada do projeto itinerante de 2011, a caravana do Encontros com o Professor viajou - pela primeira vez - para Pelotas para a entrevista com o escritor e jornalista Aldyr Garcia Schlee.
 O mais recente romance de Aldyr Schlee, Don Frutos, lançado em novembro do ano passado, foi o primeiro assunto da conversa entre Ostermann e o entrevistado diante do público que lotou o auditório do Instituto Simões Lopes Neto, em Pelotas. Segundo o autor, o livro foi rejeitado por duas das maiores editoras brasileiras antes de ser publicado pela edições ardotempo. "Meu orgulho é de quem tem a consciência de que os argumentos utilizados pela editoras eram mais do que falsos", declarou. Mas isso não foi motivo para desencorajá-lo. "Minha mulher acha que se o cara não escreve um romance, ele não é bom. Por isso que eu dediquei esse livro a ela. Mas continuo achando que o bom conto é mais difícil de fazer do que o romance", brincou.
A obra utiliza o linguajar fronteiriço e narra os derradeiros meses de vida do caudilho uruguaio Don Fructuoso Rivera. No livro, o personagem estacionado por meses em Jaguarão, em regresso à sua pátria depois de prisioneiro em duro exílio no Brasil, assume pela terceira vez o mandato de Presidente da República. "O meu mundo é muito pequeno, ele gira todo em torno de Jaguarão e da fronteira com o Uruguai".

Bem-humorado e ácido nas críticas, Schlee comentou as contradições que percebe no Movimento Tradicionalista Gaúcho que, segundo ele, baseia-se numa "tradição que não nasce, que tem que ser criada. O mate [chimarrão] é um traço rico e verdadeiro da cultura pampeana, mas ele não distingue, ele revela a identidade dos que vivem no pampa. Os descendentes os colonos que saíram do pampa e foram para Santa Catarina, Paraná e mesmo outras partes do Rio Grande do Sul, levam o mate e vão nos CTGs. O MTG extrapolou o espaço onde estava sendo desenvolvido e cultivado. O Paixão [Côrtes] e o Barbosa [Lessa] se atiraram como tigres em busca de outros traços além dos que dizem respeito ao pampa".

A conversa entre Ostermann, Schlee e o público ainda versou sobre a literatura gaúcha, a camiseta canarinho da Seleção Brasileira de Futebol - da qual Schlee é o criador -, João Simões Lopes Neto, Nelson Rodrigues e sobre as vivências jornalísticas de Schlee nas décadas de 1960 e 1970 . Encerrandoo evento, entrevistado e entrevistador tiraram fotos com o público e distribuíram autógrafos.
Fonte:http://ardotempo.blogs.sapo.pt/

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